Camaradas e amigos,
Aqui estamos no jantar de comemoração daqueles que
são os 102 anos do Partido Comunista Português.
Não posso deixar de começar esta intervenção sem uma forte saudação a todos os nossos camaradas e simpatizantes que ajudaram a construir esta iniciativa, desde a confeção da comida, serviço de mesa, venda de senhas passando também pela implementação do espaço e todos os outros aspetos que tornaram isto possível, que só mostram que o PCP é um partido diferente dos outros, um partido onde a militância se exerce da mesma forma que a luta, com gosto e alegria. A todos estes, uma forte salva de palmas.
Comemoramos os nossos 102 anos num panorama politico
particularmente difícil quer a nível nacional como internacional. No plano
autárquico, os problemas no concelho de Salvaterra de Magos evidenciam-se a
cada dia que passa. Este é um momento em que ficam claras as opções da maioria
absoluta do governo PS, que afetam diretamente a vida dos trabalhadores e do
povo de Salvaterra.
Há cerca de ano e meio obtivemos um resultado que,
longe de desastroso, traduziu-se num retrocesso das nossas posições. Apesar do
quadro complexo – com um feroz e eficaz controlo das instituições pelo PS e o
emergir de forças reacionárias, retrógradas e fascistas – conseguimos resistir
e manter a representatividade que já havíamos obtido nas autárquicas de 2017.
As políticas do Governo fazem sentir-se com toda a
brutalidade no quotidiano como podem constatar os mais de 16000 utentes sem
médico de família atribuído que constituem cerca de 75% da população de
Salvaterra de Magos, Marinhais, Foros de Salvaterra, Glória do Ribatejo, Granho
e Muge. Como podem constatar também os pais, alunos e restante comunidade
educativa que têm visto o arrastar das obras na Escola da Gloria do Ribatejo. O
povo que vê o arrastar nas obras no Jardim de Salvaterra e na escola primária
“O Século”. A falta de uma rede de transportes públicos acessível e de
qualidade que continua a ser tema fraturante na vida de todos, especialmente
dos jovens. O direito à mobilidade é essencial a todos.
Aqui mesmo, em Salvaterra de Magos, os trabalhadores do estaleiro da Câmara Municipal enfrentam variadas medidas injustas por parte dos seus governantes, como é exemplo a falta de pagamento do SPI com retroativos a janeiro de 2021, cujo presidente da Câmara insiste em não pagar. Estamos a falar da carreira de assistentes operacionais, trabalhos duros e mal pagos que poucos querem fazer. Entendemos que todo o trabalho numa sociedade é importante e complementar e portanto não desistimos e questionamos até obtermos resposta do porquê da falta da falta do pagamento. Continuaremos a fazer distribuições no estaleiro até que o problema esteja resolvido.
Os trabalhadores continuam a empobrecer a trabalhar: alarga-se o horário mas não se aumenta o salário. Os milhares de reformados que vivem com pensões míseras que não chegam até meio do mês. Problemas diários e lutas constantes que são indissociáveis das consequências de décadas de politicas de direita conduzidas pelo PS/PSD/CDS-PP. Podemos ver neste ultimo ano o desastre da maioria absoluta PS, sempre com o PSD (e os seus sucedâneos IL e Ch) e a grande ofensiva aos direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa que apenas contribuem para o aceleramento da privatização e a destruição de serviços públicos.
No passado mês de Novembro realizámos a nossa conferência nacional de onde saíram decisões essenciais para a nossa organização. Decisões que passam por tomar iniciativa contra as injustiças e fazendo delas força para lutar. Saudamos, ainda, a luta das mulheres feita hoje através da manifestação do Movimento Democrático de Mulheres em Lisboa e reforçar que dia 18 de março há manifestação nacional convocada pela CGTP-IN, em Lisboa, contra o aumento do custo de vida, por melhores salários e melhores pensões e por medidas que impeçam o aumento das rendas e das prestações dos empréstimos à habitação. Apelamos também aqui à mobilização dos camaradas para as comemorações do 25 de Abril com uma tertúlia na noite de 24 de Abril com Domingos Abrantes, histórico resistente antifascista, preso politico, dirigente PCP, deputado à Assembleia da Republica e membro do conselho de Estado, no Espaço Jackson, na Glória do Ribatejo, onde estão todos convidados a participar. Seguindo na nossa agenda faremos uma ação de formação no dia 22 de Abril, uma iniciativa de extrema importância para todos aprendermos sobre o nosso Partido. Teremos também a Assembleia de Organização em dia a anunciar e a não esquecer a grandiosa e especial Festa do Avante nos dias 1, 2 e 3 de Setembro – o maior e primeiro evento politico-cultura feito em Portugal, onde a terra sem amos existe.
Camaradas,
Está nas nossas mãos inverter a situação que enfrentamos, está em cada duas mãos o reforço do partido, está em cada um de nós a possibilidade de responsabilizarmos mais camaradas, de recrutarmos novos militantes, de continuarmos com a promoção da nossa imprensa, de apostarmos na formação politica e ideológica, de intervirmos mais e melhor nas empresas e locais de trabalho (dinamizando a nossa ação Nacional “Mais Força Para Os Trabalhadores” – uma ação com linhas e objetivos traçados diretamente para os trabalhadores, com a discussão concretamente sobre as empresas, com a definição de objetivos de recrutamento e sindicalização nas mesmas, com a produção de propaganda concreta para os mesmos e a criação de células.
Viva a JCP!
Viva o PCP!
Bianca Pires,
membro da Comissão Concelhia do PCP de Salvaterra de Magos