O PCP decidiu a realização de uma grande iniciativa nacional descentralizada dirigida aos trabalhadores e ao Povo português, assente na concretização de 500 acções por todo o país – com comícios, desfiles, tribunas públicas e outras acções de rua. O início está marcado para amanhã, terça-feira, com um debate em Lisboa em torno das questões da pobreza.
O PCP decidiu, na sua reunião do Comité Central, a realização de uma grande iniciativa nacional descentralizada dirigida aos trabalhadores e ao Povo português, assente na concretização de 500 acções por todo o país – com comícios, desfiles, tribunas públicas e outras acções de rua - associando acção política, informação e mobilização popular contra a política de direita e os objectivos de retrocesso social e declínio nacional contidos no PEC e de afirmação da necessidade de uma ruptura e mudança de política que imponham um novo rumo para o Portugal. Uma iniciativa nacional que decorrerá até à Festa do «Avante!» e que é inseparável da necessária contribuição que o PCP dará para o desenvolvimento da luta de massas contra o PEC, a começar pela grande jornada de luta que será o próximo 1º de Maio.
Esta iniciativa nacional arranca amanhã, terça-feira, com um debate a realizar em Lisboa em torno das questões da pobreza. Nesta semana contará ainda com uma audição pública a realizar na Assembleia da República sobre as privatizações e na próxima-semana (terça-feira), realizar-se-à a primeira iniciativa de rua na cidade de Braga. Estas primeira acções contarão com a presença de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP.
O agravamento da situação económica e social e a perspectiva de uma nova ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, onde as medidas previstas no PEC assumem um papel central, reclamam uma intensificação da iniciativa e acção partidária para esclarecer os trabalhadores e as populações sobre os objectivos do Governo, mobilizar para a luta contra todas e cada uma das medidas que foram anunciadas, afirmar a necessidade de uma ruptura com a política de direita e de uma mudança na vida nacional.
Ao desemprego, às injustiças sociais, à pobreza, ao encerramento de empresas, à destruição de serviços públicos, somam-se agora as tentativas de congelamento de salários e pensões, o aumento da carga fiscal para os trabalhadores, os encerramentos de serviços e cortes no investimento público, os aumentos dos preços designadamente das portagens, dos combustíveis e também das taxas de juro, os cortes nas prestações sociais e um novo pacote de privatizações que visa desferir um golpe profundo naquilo que resta do sector empresarial do Estado.
A ofensiva do Governo PS e do grande capital, suportada também no apoio do PSD e do CDS-PP, procura justificar estas medidas de mais sacrifícios para os trabalhadores e para a população como se fosse algo de inevitável. Invocam a crise e o défice das contas públicas para ir mais longe nos seus objectivos, mas deixam de de fora, claro está, os lucros e os privilégios dos grandes grupos económicos. Governo e grande patronato querem ainda vender a ilusão de que “o PEC foi aprovado”, quando na verdade o PEC não só não é lei, como a sua concretização dependerá em boa medida da capacidade de luta e resistência por parte dos trabalhadores e das populações.
Uma ofensiva que, avançando no plano económico e social, vai procurando garantir no plano político não apenas as necessárias manobras de distracção – como pode ser testemunhado pela visibilidade mediática de uma sucessão de casos de corrupção sobre assuntos da maior gravidade - mas também o branqueamento das responsabilidades do PSD na situação do país, para que este possa, mais adiante, prosseguir o mesmo rumo de desastre nacional.
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