Sábado 20 de Abril 16h30m Auditório do Centro de Interpretação Ambiental do Cais da Vala em Salvaterra de Magos.
Á hora marcada e aos primeiros acordes das músicas de Zé Beto, um artista da música e das palavras natural e residente na freguesia de Marinhais, já os lugares sentados do auditório se encontravam bem compostos, durante cerca 20 minutos entre musicas originais e outras iterpretações, as palavras ouvidas faziam ali todo sentido. Optimismo e Luta! Até porque Música é Arte e ARTE É LIBERDADE!
Como foi anunciado pela CDU neste blog, na pagina facebook e nos convites neste Acto Público da CDU, além da apresentação dos Candidatos aos Orgãos Autarquicos ja escolhidos, iriamos ter a presença de António José Ganhão, Presidente da Câmara Municipal de Benavente como forma de apoio efectivo á candidatura da CDU em Salvaterra de Magos.
Na sua intervenção, António José Ganhão referiu as provas dadas do trabalho, honestidade e competência nas gestões autárquicas da CDU, que esteve presente no apoio á vitória da CDU em 1997 neste concelho e que pelas razões já mais que conhecidas e hoje mais que comprovadas, não se veio a concretizar como sendo um projecto com a marca da CDU levando dessa forma ao rompimento e retirada de confiança.
Hoje tal como em 1997, existe a necessidade do não isolamento destes dois concelhos vizinhos, que se complementam, devendo adoptar em algumas áreas politicas comuns.
António José Ganhão deu como exemplo a necessidade afirmação do eixo de Muge ao Porto Alto, onde residem mais de 50mil pessoas, na comunidade da Leziria do Tejo.
Terminou a sua intervenção com palavras de apoio á candidatura da CDU, no seu apoio e confiança pessoal em Orlando Garcia, e que decerto o concelho de Salvaterra com a vitória da CDU terá um futuro melhor.
Segue em seguida a intervenção de Orlando Garcia, cabeça de lista da CDU á Câmara Municipal de Salvaterra de Magos:
Camaradas, companheiros e amigos,
Camaradas, companheiros e amigos,
Em primeiro lugar, uma saudação e
agradecimento pela vossa presença neste acto público de apresentação dos
cabeças de lista da CDU aos órgãos autárquicos de Salvaterra de Magos.
Em segundo lugar, uma saudação e agradecimento
aos representantes das forças políticas que integram a CDU – a ID, o PEV e o
PCP.
Por último, uma saudação e agradecimento
ao camarada António José Ganhão, presidente da Câmara Municipal de Benavente. A
tua presença dá-nos mais ânimo.
Caros amigos,
O nosso concelho tem cerca de vinte e dois
mil habitantes. Destes, 14,7% têm até 14 anos de idade e 22% têm 65 ou mais
anos de idade. Da população residente, 8,8% têm um nível de escolaridade de
nível superior e 11% são analfabetos. Da população residente e economicamente
activa, 17,5% estão desempregados.
Este é o retrato breve do nosso concelho.
Um concelho de disparidades e enormes assimetrias.
As próximas eleições autárquicas no nosso
concelho podem e devem significar o fim de um ciclo. A opção a fazer não pode
ser mais clara: mais do mesmo ou um novo ciclo. Um ciclo de mudança, de
desenvolvimento e de progresso.
Camaradas, companheiros e amigos,
Nos últimos doze anos temos tido à frente
dos destinos do nosso concelho, gente que prometeu isto e aquilo, gente que
prometeu este e o outro mundo.
Gente que prometeu construir um centro
escolar nos Foros de Salvaterra, um jardim de infância no Granho, pavilhões
desportivos nos Foros de Salvaterra e no Granho, um eco-centro em Marinhais, um
pavilhão multiusos na Glória do Ribatejo, um canil e ciclovias.
Gente que prometeu adquirir um terreno
para área empresarial nos Foros de Salvaterra e infraestruturar o terreno da
nova zona industrial de Muge.
Gente que prometeu criar mais de 200
postos de trabalho, com a construção de um hotel de 4 estrelas, moradias, campo
de golfe, campo de ténis e duas piscinas nos terrenos da antiga RARET.
Gente que prometeu criar uma agência de
desenvolvimento empresarial, uma agência de desenvolvimento de turismo e um
gabinete de apoio às micro e PME.
Gente que prometeu a implementação de
infra-estruturas para a recolha de óleos usados a serem utilizados em viaturas
da Câmara Municipal.
Gente que, em 2013, acabou com a semana da
juventude, com a Equimagos, com a temporada das artes e com a ocupação dos
tempos livres nas férias escolares.
Gente que, sejamos justos, tem sido coerente. O que prometeu não fez, o
que não prometeu está feito. (IMI)
Ultimamente, em inúmeras manifestações
realizadas por todo o país, o povo tem gritado “que se lixe a troika”. Com toda
a propriedade e perante este triste e cinzento cenário também nós, neste
concelho, podemos e devemos gritar “que se lixe este Bloco de Esquerda”.
Camaradas, companheiros e amigos,
Um dia, Camões disse que “o rei fraco faz
fraca a gente forte”. Nós dizemos que gente forte merece uma força política
forte. Uma força que seja a verdadeira alternativa, que faça a diferença na
governação municipal.
Governação que não poderá vir de quem
prometeu e não fez.
Governação que não poderá vir de quem
criou os problemas ou de quem contribuiu para o programa de destruição do nosso
aparelho produtivo.
Governação que não poderá vir de quem é
responsável pela intervenção estrangeira, através do FMI, UE e BCE.
Governação que não poderá vir de quem diz
hoje uma coisa e amanhã faz o seu contrário.
Governação que não poderá vir dos que nos
fecharam postos de saúde, nos tiraram médicos e nos encerraram as estações dos
CTT.
Governação que não poderá vir de quem
aniquilou e extinguiu freguesias ou apresentou proposta de lei eleitoral para
criar executivos municipais monocolores.
Governação que não poderá vir de quem,
dizendo-se democrata, não suporta e marginaliza quem diz não.
No fundo, a governação da nossa Câmara,
não poderá vir de quem se comporta como ilusionista e incendiário. Tiram-nos os
médicos e agora, qual passe de magia, sai da cartola um médico para aqui e
outro para acolá. Deita fogo e depois chama os bombeiros.
Digamos com toda a convicção. A governação
a escolher nas próximas eleições autárquicas, não pode passar e estamos certos
que não passará, por esta gente.
Caros camaradas, companheiros e amigos,
O nosso concelho nunca teve e não tem um
plano estratégico de desenvolvimento sustentável e sustentado, apesar da
anunciada e prometida elaboração da Agenda 21 Local.
Hoje,
7,5% da nossa população residente e economicamente activa trabalha no
sector primário (agricultura, pescas, pecuária, florestas); 27,5% trabalha no
sector secundário (indústrias) e 65% no sector terciário (serviços: comércio,
transportes, educação, serviços sociais).
Perante estes números, o que vamos fazer?
Apostamos na agricultura? Apostamos nos serviços? Apostamos nas
indústrias? Que desafios para o Concelho
de Salvaterra de Magos? Que futuro queremos para a nossa terra? No fundo, que
fazer?
É certo que não temos petróleo nem
diamantes. Mas temos potencialidades, porque temos história e temos património,
património ambiental, histórico e cultural.
A nossa história remonta à ocupação
pré-romana. Fomos berço de reis e local de preferência e referência das cortes.
Estamos situados na mais importante zona
húmida da Europa e temos aqui o rio Tejo. Temos o Centro de Investigação do
Mesolítico, temos os Concheiros de Muge, temos a Mata Nacional do Escaroupim,
temos a Barragem de Magos, temos a Falcoaria e a cultura avieira.
Temos gastronomia (as enguias, o
torricado, as sopas, o sável, a lampreia, as caldeiradas, a forjoca, o magusto,
as migas, a carne do toiro bravo), temos vinhos, temos toiros e cavalos.
Temos artesanato e o fandango.
E temos os barretes da Cabana e a ginja do Lopes.
A tudo isto juntemos o maior dos recursos:
as pessoas, temos pessoas.
Caros Amigos,
Não podemos continuar a aguardar pelas
conclusões dum qualquer estudo entretanto encomendado. Não podemos esperar
pelos pareceres de um qualquer gabinete de consultores.
Aguardar e esperar é adiar a tomada de
decisões. Aguardar e esperar é, tantas e tantas vezes, esquecer.
É necessário, é urgente decidir. É
necessário e urgente optar. É necessário e urgente aproveitar as oportunidades
que se podem abrir com o próximo Quadro Comunitário 2014-2020.
Assim, o Plano Estratégico de
Desenvolvimento para Salvaterra de Magos, o nosso Plano Estratégico, o da CDU,
deve ser uma Carta Magna, deve ser uma Carta de Compromissos, um instrumento de
visão e estratégia, não apenas para a autarquia, mas dirigido a todos.
Deve ser um Plano que capte novos
investimentos e novas empresas, que crie emprego e fixe os jovens na nossa
terra.
Deve ser um Plano que tenha o Turismo como
prioridade. Turismo rural, fluvial e cinegético.
Para tal é necessário:
a)
Criar uma marca, um slogan forte e
próprio, que afirme e diferencie a nossa terra;
b)
Divulgar o concelho de modo a inclui-lo
nos roteiros turísticos.
Plano que não deve igualmente esquecer os
outros sectores. A agricultura, a pesca e as florestas têm enormes
potencialidades. É necessário:
a)
Criar um programa de apoio aos pequenos
produtores agrícolas, para a produção e escoamento dos seus produtos e de
incentivo à produção biológica;
b)
Criar um programa de certificação de
produtos locais, que afirme Salvaterra de Magos como marca de qualidade.
Nos sectores secundário e terciário, as indústrias, a agroindústria e os
serviços, é necessário criar:
a)
Um programa, que coloque a preços
simbólicos, os terrenos municipais existentes, ou a adquirir, à disposição de
potenciais investidores e interessados;
b)
Um programa, que permita a incubação de
micro e pequenas empresas.
Obviamente que o Plano deve ser
complementado com
a)
A criação de um Gabinete de Apoio
Empresarial, que tenha como objectivos a captação de novos investimentos para o
concelho e a agilização de procedimentos internos.
b)
A priorização às empresas sediadas no
concelho, enquanto fornecedores municipais;
c)
A redução do prazo médio de pagamento aos
fornecedores municipais.
Caros camaradas, companheiros e amigos,
Para alguns dos nossos adversários
políticos, o exercício da democracia é e esgota-se no acto eleitoral. Para
esses, basta o cidadão votar de x em x anos. Esses são os que não querem
responder, os que se escondem perante o eleitorado, por esta ou aquela promessa
eleitoral não cumprida. Esses são os defensores da democracia representativa.
Para nós não chega. Queremos e temos
direito a mais. Por isso, o nosso projecto defende uma coisa diferente – a
democracia participativa.
Democracia participativa que se deve
manifestar através:
a)
De um Orçamento Participativo, que tenha
como objectivo submeter parte dos recursos públicos à consulta dos cidadãos;
b)
Da realização de atendimentos e encontros
com a população nas freguesias, com o objectivo de ouvir, de forma
personalizada e privada, as preocupações, reivindicações e sugestões, por parte
da população;
c)
Da realização de reuniões descentralizadas
da Câmara e Assembleia Municipal;
d)
Do maior rigor, transparência e
intransigência na gestão da coisa pública.
Estas são as linhas gerais, os eixos e
traves do nosso projecto.
Outras áreas e outros temas, até pela
limitação de tempo, ficaram para trás, mas que são parte integrante do nosso
projecto: o apoio social aos mais desfavorecidos, a regeneração da frente
ribeirinha, a segurança e protecção civil, o ambiente, o ordenamento do
território e a revisão do PDM, o plano de ordenamento da Barragem de Magos, a
política educativa, os transportes e vias de comunicação, a reabilitação
urbana, a carta desportiva municipal, o fomento da criação artesanal e
intelectual, a remodelação e equipamento das escolas básicas do Granho, Muge e Glória do Ribatejo, a
criação da Casa Municipal da Juventude, a alfabetização de adultos, os
programas de voluntariado, os emigrantes etc., etc.. A seu tempo abordaremos
estas temáticas.
Assumimos aqui, sem ambiguidades, uma série de compromissos. Compromissos
que, apesar dos constrangimentos orçamentais derivados do corte sistemático das
transferências do poder central para o poder local, são por nós exequíveis, são
realizáveis.
A estes juntamos um outro compromisso
solene: com a CDU na presidência da Câmara não haverá redução no volume de
financiamento e apoio ao movimento associativo e às juntas de freguesia, porque
são factor de proximidade, de integração e envolvimento da comunidade.
Camaradas, companheiros e amigos,
Martin Luther King disse um dia que tinha
um sonho. Nós também o temos.
O sonho de tirar esta terra do cinzentismo
em que há demasiado tempo nos fazem viver.
Sonho esse concretizado num programa e num
projecto. O projecto autárquico da CDU.
Projecto que tem uma equipa.
Equipa que tenho o orgulho e honra de
encabeçar.
Equipa composta por mulheres e homens
membros do PCP. Mulheres e homens que passaram por aquele ou outro partido.
Mulheres e homens independentes. Todos eles sem telhados de vidro e rabos de
palha, mas conhecedores dos problemas e aspirações da população.
Deixem-me dar-vos a conhecer os 1ºs
candidatos às Assembleias de Freguesia.
Cátia Lopes, 25 anos, professora, Assembleia de Freguesia
de Salvaterra de Magos/Foros de Salvaterra.
Nuno Monteiro, 32 anos, contabilista,
Assembleia de Freguesia de Glória do Ribatejo/Granho.
Ricardo Burgal, 33 anos, animador de
rádio, Assembleia de Freguesia de Marinhais.
Teresa Souto, 46 anos, operária fabril,
Assembleia de Freguesia de Muge.
Caros amigos,
Temos plena consciência que temos pela
frente uma tarefa muito e muito difícil.
Vamos conseguir cumprir o nosso projecto
sozinhos? Obviamente que não.
Para a sua concretização contamos, através
da assinatura de acordos, parcerias, protocolos e contratos-programa, com a
colaboração da Misericórdia, do banco de voluntariado, das IPSS, das
colectividades, dos escuteiros, das associações juvenis, das associações de
pais e encarregados de educação, dos bombeiros e forças de segurança, das
escolas, dos institutos politécnicos e universidades, das associações sindicais
e empresariais e de outras mais entidades.
Contamos com a colaboração de outras
autarquias e da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo.
Para a concretização do nosso projecto,
contamos com todos, mas respeitaremos e não discriminaremos quem optar por
ficar no seu cantinho.
Uma palavra final, dirigida aos
trabalhadores do município. Conhecemos os ataques de que têm sido alvo e as
ameaças que se perfilam no horizonte. Estivemos, estamos e estaremos ao vosso
lado. Não queremos juras de fidelidade, apenas exigimos profissionalismo e
competência, porque vocês são imprescindíveis e, pela CDU serão, como sempre
foram, respeitados e valorizados.
Caros amigos,
A campanha que agora começa vai ser dura.
Por aquilo que conhecemos, alguns pequenotes da nossa terra, seguirão a cartilha
da infâmia, da calúnia, do bota abaixo, do diz que disse.
Da nossa parte fica a promessa de fazermos
uma campanha com elevação e respeito.
Uma campanha para discutir os problemas
reais do concelho e apresentar propostas exequíveis de resolução dos mesmos.
Uma campanha sem promessa de jobs para os
boys.
Uma campanha sem canetas, bandeirinhas e
camisetas.
Faremos uma campanha à CDU: com dedicação,
com esforço, com competência, com honestidade
e com muito e muito trabalho.
E, faremos tudo isto, porque nestes tempos
de tanta incerteza, o povo do concelho de Salvaterra de Magos tem na CDU, a
única voz capaz para afirmar os seus direitos e fazer valer as suas aspirações.
E, faremos tudo isto, porque precisamos, é
urgente e necessário, no concelho de Salvaterra de Magos, termos mais CDU.
Porque, mais CDU, significa mais
envolvimento das populações na vida local e mais capacidade de resolução dos
problemas.
Mais CDU, significa mais força na representação dos interesses populares
e mais força na luta pelo direito a serviços públicos de qualidade, pelo
direito à educação e à saúde.
Mais CDU, significa a defesa intransigente das funções sociais do Estado.
Mais CDU, significa o reforço do Poder Local Democrático saído da
Revolução de Abril.
Caros amigos,
Antes de terminar, uma palavra especial à
nossa juventude e aos nossos desempregados.
Vocês, os jovens e os desempregados, não
são as únicas, mas são certamente as
principais vitimas da política do PS, do PSD e do CDS, uma política de austeridade, de desforra dos valores e
conquistas de Abril, da gula dos
especuladores e agiotas.
Uma palavra de coragem: não resignem,
resistam, lutem, não deitem a toalha ao chão. Uma palavra de confiança e
esperança: há soluções, não há que ter medo do futuro, este país e este concelho não estão definitivamente
condenados.
Para finalizar, um apelo a todos
vós que aqui estão: vamos, porta a porta, boca aboca, passar a nossa mensagem.
Vamos dar a conhecer o nosso projecto.
São vocês a nossa televisão, a nossa rádio, o nosso jornal. Vamos à luta camaradas, companheiros e
amigos. A vitória é difícil mas pode ser nossa.
Viva o Concelho de Salvaterra de Magos!
Viva a CDU!
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