2017 está aí e com ele desejamos e tudo faremos para que se renove e
amplie o horizonte de esperança que a luta dos trabalhadores e do nosso
povo abriu e com ela também a actual fase da vida política nacional. O
ano que agora finda mostrou que o País não está condenado a ter como
única opção o caminho de agravamento da exploração, declínio e
retrocesso.
Os resultados são ainda limitados, porque limitadas são ainda as
políticas e as opções da acção governativa para dar resposta aos graves
problemas nacionais que anos e anos de política de direita e de
intervenção externa impuseram ao País. Nós sabemos que é necessário e
possível ir mais longe. Mas sabendo-o não se pode subestimar os avanços
que se deram na reposição de rendimentos e direitos dos trabalhadores,
no estímulo às actividades dos micro e pequenos empresários, no reforço
da garantia dos direitos à saúde, à educação, à segurança social, à
cultura, porque neles participámos com a nossa iniciativa e proposta,
dando expressão à luta do nosso povo.
Mas se valorizamos os passos dados, não podemos esquecer as muitas
centenas de milhares de portugueses atingidos pelo desemprego, sujeitos a
um trabalho precário e sem direitos, os muitos milhares de jovens que
continuam a emigrar, aos baixos salários e às baixas reformas, as
desigualdades sociais e regionais, os muitos milhares que aspiram a
viver com dignidade e em segurança. Não podemos esquecer que os níveis
de crescimento económico que temos vindo a conhecer não são suficientes
para tirar o País do marasmo a que foi conduzido. É necessário um
crescimento continuado, prolongado, sustentável, criador de mais riqueza
com uma repartição mais justa!
É uma ilusão pensar que é possível inverter o rumo de empobrecimento
do País sujeito às políticas, aos critérios, aos objectivos impostos a
partir do exterior, nomeadamente da União Europeia e aos interesses dos
grandes grupos económicos e financeiros.
Portugal não pode deixar passar mais tempo adiando opções necessárias
e indispensáveis ao seu desenvolvimento. Temos afirmado que a opção não
é entre conformarmos-nos com o que está ou andar para trás. A opção é
encontrar uma resposta duradoura para os problemas nacionais. E isso é
possível!
A opção está em enfrentar o problema da dívida, preparar o País para
se libertar da submissão ao euro, rejeitar as imposições do Tratado
Orçamental e de outros instrumentos, assegurar o controlo público sobre a
banca e o sector financeiro. A opção é romper com a política de direita
e adoptar uma política patriótica e de esquerda.
Vamos iniciar 2017 convictos de que é possível dar um salto
qualitativo na luta pela alternativa. Que é possível fazer de 2017, com a
luta dos trabalhadores e do povo, não só um tempo de esperança, mas de
novos e mais decididos avanços no melhoramento das condições de vida do
nosso povo!
Podem contar com este Partido. É com confiança que encaramos 2017! A
confiança dos que sabem que é possível um Portugal mais justo, mais
solidário e mais desenvolvido.