28 abril 2023

Moção - Comemorar Abril, afirmar e valorizar o poder local democrático


Com o 25 de Abril revolveu-se a vida no País e, por isso mesmo, não há faceta ou pormenor que o resumam – a revolução foi, no seu desabrochar imediato, uma explosão de liberdade, é certo, mas que não perduraria se, de imediato nuns casos, noutros a breve trecho, não imprimisse em todos os demais aspectos da vida a marca que lhe garantiu e garante sustentação.

Às operações programadas e depois executadas, na madrugada, pelos Capitães de Abril (grupo de militares em que predominava a patente de capitão) e que desarmaram o regime opressor, associou-se a manhã de ruas e praças de gente, pessoas que ali e então se sentiram verdadeiramente cidadãos, com o poder efetivo de mudar o rumo do seu País.

E, gritando, exprimiram livremente o que pensavam.

Liberdade de pensamento e de expressão sim, mas também liberdade de organização e de luta. Luta por mais pão, luta por saúde, educação e justiça para todos. Com avanços e recuos, melhores ou piores resultados, mas sempre em confronto com as ideias e as práticas do passado e quase sempre em rutura total com elas.

Assim, comemorar Abril exige afirmar o que a Revolução representa e expressa enquanto processo libertador com profundas transformações na sociedade portuguesa e um dos mais altos momentos da vida e da história do povo português e de Portugal.

Comemorações em que é imperativo não deixar submergir o que ela foi e representou na avalanche interpretativa dos que lhe negam a sua natureza, alcance e características ímpares.

Celebrar Abril é evidenciar o que foi o fascismo e combater o seu branqueamento, é destacar a luta anti-fascista, pela liberdade e a democracia. Celebrar Abril é assinalar o seu sentido transformador e revolucionário, não rasurar a memória colectiva que o envolve, afirmar o caminho que o tornou possível, rejeitar as perversões e falsificações históricas, denunciar os que o invocam para o amputar do seu sentido mais profundo, sublinhar o que constitui hoje de valores e referências para um Portugal desenvolvido e soberano que décadas de política de direita têm contrariado.

Por mais que reescrevam, Abril foi uma revolução, não uma “evolução” ou “transição” entre regimes, um momento e um processo de ruptura com o regime fascista, o derrube do fascismo e do que o suportava.

Abril foi possível porque é fruto de uma longa resistência antifascista, de uma abnegada dedicação à luta pela democracia e liberdade de comunistas e de outros democratas, de uma intensa luta de massas da classe operária, da juventude, do povo.

Comemorar Abril, é assinalar e afirmar o Poder Local democrático como uma das suas conquistas. Abril foi e é um processo libertador desde logo ao desmantelar e substituir os centros de poder em que a força e a acção do passado fascista assentavam.

Foi pela acção revolucionária e transformadora das populações que o aparelho fascista de administração local foi substituído por órgãos de poder provisórios, legitimados pelas populações, e, consequentemente, se desenhou um poder autónomo novo que veio a merecer consagração na Constituição da República.

Comemorar Abril é defender e valorizar o poder local hoje ameaçado, pelo subfinanciamento, pela sua descaracterização por via da transferência de encargos, pela ingerência tutelar, pela instrumentalização que o reconduz, em parte, a mero executor técnico das opções de terceiros.

Comemorar Abril é exigir que se cumpra a Constituição e o que ela consagra e determina quanto à criação de regiões administrativas completando assim o edifício do poder local com o nível regional a par dos municípios e freguesias que está por cumprir.

Comemorar Abril é devolver ao povo as freguesias liquidadas contra a sua vontade, repondo a proximidade, participação e representatividade que elas materializam.

O Poder Local Democrático continua vivo e com energia bastante para resistir e se regenerar se essa for a vontade dos que, nos seus órgãos, se dedicam à causa pública e se souberem juntar-lhe as mil vontades dos cidadãos que representam.


A Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos, reunida em sessão ordinária a 26 de Abril de 2023, delibera:

- Saudar o 49.º aniversário do 25 de Abril e o inestimável património de transformações económicas, sociais, culturais e políticas que o materializam;

- Reafirmar o espírito de serviço público que, há 49 anos, animou aqueles que tomaram nas suas mãos a condução das políticas locais a benefício das populações e cuja ação deixou marca indelével no Poder Local;

- Defender o Poder Local Democrático, a sua autonomia e capacidade de realização, reafirmando Abril em cada dia de trabalho e de luta;

- Exigir a criação das regiões administrativas sem mais delongas e processos dilatórios;

- Dar concretização ao processo de reposição das freguesias liquidadas.

- Exortar a que os órgãos representativos da autarquia promovam um programa de iniciativas dirigida às comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril, envolvendo a participação das forças vivas do concelho, que contribua para afirmar os valores de Abril e as suas conquistas e transmitir às novas gerações o que ela representou de acto de emancipação, democracia e liberdade.

27 abril 2023

Intervenção da CDU na Sessão Solene da Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos no âmbito das Comemorações do 49.º Aniversário da Revolução do 25 de Abril


 O dia 25 de Abril de 1974 foi, para todos nós, o tempo de acreditar.

Acreditámos num país novo e livre do monstro fascista, sisudo e cinzento, que durante 48 anos, nos reprimiu, explorou e humilhou, fazendo de Portugal um dos países mais pobres e atrasado da Europa.

Foi neste dia que acreditámos em:

  • um país com igualdade de oportunidades;
  • com direito à habitação digna para todos;
  • com direito ao trabalho e à livre associação política e sindical;
  • com direito à protecção social;
  • que sentar-se frente a um médico para se ser consultado deixava de ser privilégio de poucos, os abastados do regime;
  • que a educação passava a ser um direito de todos, e que as capacidades e escolhas seriam o único factor a ditar o grau de escolaridade de cada um de nós;
  • com direito de acesso à justiça, da igualdade perante a lei, independentemente da condição social e económica;
  • e, finalmente, que iria terminar aquela guerra terrível e injusta, em nome de uma mais páginas mais negras da nossa história, o colonialismo, que vitimou mais de 8 mil jovens portugueses e ceifou a vida a muitos milhares de nativos que lutavam pelo legítimo direito à soberania e independência dos seus povos e territórios. Tudo para proteger as obscenas fortunas dos amigos de Salazar e Caetano.

Passados que estão 49 anos desse grande “Dia da Liberdade” para os democratas e do “Dia do Acidente” para alguma direita e para a extrema-direita, percebemos e acompanhamos a frustração que sentem todos aqueles que já nasceram livres e em democracia, e com tantas promessas por cumprir.

Quanto à igualdade de oportunidades, temos um país sem rumo, minado pela corrupção, pelo compadrio, pela promiscuidade, pela subordinação do poder político ao poder económico. Se dúvidas existissem, vejamos o exemplo que, só nos últimos nove meses do governo de maioria absoluta e obsoleta, aconteceram 12 demissões de governantes, que já eram, na sua maioria, segundas e terceiras escolhas, envolvidos muitos deles em escândalos de corrupção, de favorecimentos e de incompatibilidades, que em Portugal se passaram pomposamente a chamar de “casos e casinhos”. Já para não falar daqueles que aguardam o veredito da justiça e que continuam como lapas agarrados ao tacho.

Um tecto digno para cada português, promessa feita vezes sem conta durante mais de quatro décadas pelos sucessivos governos PS-PSD-CDS e as únicas casas que têm crescido são as de cartão, geralmente construídas nos jardins públicos, nos átrios dos prédios e nas estações de metro. Só na cidade do Porto são mais de 700 os habitantes destas casas. A primeira figura institucional do país, o Presidente da República, prometeu acabar com este flagelo até final do mandato. Aguardemos bem sentados.

Veja-se o recente caso da trapalhada do projeto de lei do PS denominado “Mais Habitação” que, apesar de não ter passado de um mero conjunto de intenções, tinha um ou dois aspectos positivos. Rapidamente a direita e a extrema-direita apelidaram essas medidas de “comunistas”, quando até eram situações previstas e vigentes na nossa legislação, aprovadas durante o governo de Passos Coelho. “Portugal vai ser a nova Venezuela” grunhiam liberais e neofascistas. Coitados, não podiam ter feito pior escolha, pois apesar dos duríssimos boicotes e sanções que são impostos ao povo venezuelano pelo capitalismo norte-americano, o estado socialista venezuelano implementou em Maio de 2011, por iniciativa do governo de Hugo Chávez, o programa social “Grande Missão Habitação Venezuela” com o objectivo de enfrentar a abordagem especulativa e capitalista do sector privado ao direito à habitação, e, dessa forma, garantir a pessoas de baixos recursos uma casa digna e o acesso a serviços básicos. No ano passado, em Abril de 2022, foi atingido o número 4 milhões de habitações construídas e entregues. O objectivo passa por chegar aos 5 milhões em 2025 e resolver definitivamente o problema das favelas juntos aos grandes centros urbanos. São notícias e informações que não passam nos nossos meios de comunicação social dominantes, vá-se lá perceber porquê.

Não somos ingénuos para achar que a direita agiu na ignorância. É apenas má fé e por sabermos que em tudo aquilo que é básico e que deva ser garantido como um direito inalienável ao ser humano, Saúde, Educação, Habitação, Trabalho ou Paz, a Direita encara a questão como uma oportunidade de negócio e obter o máximo de lucro. Não há nada mais claro e transparente do que isto. E, temos pena, de que os 50 anos de história do PS são, no essencial, 50 anos de traição às classes populares e trabalhadoras de esquerda que nele votam. O PS conspurca o conceito de “SOCIALISMO”! Qualquer documento programático do PS ao longo da história contém retórica de esquerda, e, quando no governo, rapidamente se esfuma e caminha a passos largos para a direita. Quem não se lembra em Outubro de 2021 do “Orçamento Mais à Esquerda de Sempre”? Afinal, os motivos que PCP, PEV e BE invocaram para votar contra o OE 2021 estavam todos correctos! A adesão a Maastricht e ao Euro, a subordinação a Washington, Berlim e Bruxelas, o abdicar da soberania nacional em nome de um feroz neoliberalismo federalista, torna o PS num partido idêntico ao PSD no plano da política económica.

Ter saúde é o maior e principal desejo de qualquer cidadão. No Portugal fascista só uma pequena percentagem de pessoas tinha acesso à saúde, os privilegiados do regime, ao povo restava-lhe as mesinhas caseiras ou a morte. Com 1 milhão e 600 mil portugueses sem médico de família, com o ódio que a direita e a extrema-direita têm ao Serviço Nacional de Saúde, com o desinvestimento e falta de financiamento crónico do mesmo, apesar de ter aumentado e muito os gastos com a Saúde, só que esse dinheiro vai direitinho para os bolsos dos mercantilistas da Saúde, ou seja, para a medicina privada, que transformam utentes em clientes, através de PPP’s, acordos vários ou exames prescritos pelo SNS. Cerca de 40 % do orçamento para a Saúde destinam-se aos bolsos dos privados. Como está tudo interligado, depois não há dinheiro para contratar médicos de família, nem para manter abertos em contínuo os serviços de urgência de várias especialidades nos hospitais públicos.

Como temos um país com cerca de 2 milhões de pobres e outros 2 milhões no limiar da pobreza, que só não o são graças aos resquícios do Estado Social que ainda resiste, parte significativa da nossa população não só não consegue aceder aos serviços médicos, como tem cada vez maior dificuldade em adquirir os medicamentos prescritos. Se nada for feito caminhamos a passos largos para o tempo vivido até há quase 50 anos.

Sim, pobres que não têm o suficiente para viver com dignidade é efetivamente pobre, e não é pelo facto de a direita ter a consciência pesada e como habitualmente socorrer-se da novilíngua liberal, através do eufemismo “insuficiência económica”, na mesma linha do “colaborador” em vez de trabalhador, da “resiliência” em vez de resistência, do “empreendedor” em vez de patrão, ou da “não renovação” em vez de despedimento. Um povo que vive de complementos, de vouchers, de remendos sociais, do assistencialismo, da caridadezinha, não é um povo livre nem digno do Portugal de Abril. Sem esquecer ainda que grande parte desses apoios sociais não chegam ao destino, tamanha é a dificuldade burocrática. Ao invés, para dar milhões aos amigos, através de fundos e subsídios comunitários, perdoar enormes dívidas bancárias, há sempre facilidades.

A Justiça é a par da Saúde outro direito que com o 25 de Abril acreditávamos que todos poderíamos ter acesso. Puro engano. Cada vez mais a Justiça é coisa para ricos, onde os pobres são castigados severamente ao mais pequeno delito e os ricos vivem de recursos e contra-recursos até a coisa prescrever. Se um cidadão falhar o pagamento de qualquer taxa ou imposto, o mesmo é agravado numa sucessão de coimas. Mas se for, por exemplo, o senhor do Pingo Doce, aquele que ganha mais 263 vezes do que o seu trabalhador médio, se recusar a pagar uma multa de 35,7 milhões de euros por cartelização e fixação ilegal de preços, nada, rigorosamente nada lhe acontece. Aliás, até acaba por aparecer, todo feliz sorridente, ao lado do primeiro-ministro, enquanto este, qual fiscal da ASAE, verifica os preços e o “incrível” IVA 0 num dos seus supermercados.

Chega a ser confrangedor o esforço que os dirigentes do PS fazem para parecer distantes da direita e da extrema-direita, mas é só a aparência, porque na Assembleia da República, nas questões essenciais e de fundo, sempre que estão em causa votações que podem aliviar o sofrimento do povo e dos trabalhadores, como por exemplo, no controlo e regulação dos preços dos bens essenciais (medida que tem vindo continuamente a ser proposta pelo PCP há mais de um ano!) ou a taxação dos  lucros extraordinários e da especulação, vemo-los invariavelmente a chumbar essas propostas ao lado de liberais e neofascistas. Afinal, o mercado livre e liberalizado tem de funcionar sempre!

A eliminação do IVA em 46 dos produtos mais utilizados na nossa alimentação é mais uma trapalhada à PS cujo resultado final vai ser uma mão cheia de nada. Mas ainda mais ridículo nesta matéria é a posição do líder do PSD ao propor o controlo da espiral inflacionista através da diminuição do IRS, medida que só iria beneficiar as classes mais altas, na linha daquilo que Moedas fez em Lisboa, ao prescindir de 42 milhões de euros do IRS, que foram, em mais de metade desse valor para os bolsos dos 10 % mais ricos do município, enquanto que os 50 % mais pobres receberam apenas 3 %, também porque parte significativa nada recebeu pois não tem rendimentos suficientes sequer para pagar IRS. Pois é, a direita está sempre disponível em baixar os impostos aos mais ricos e a penalizar os mais pobres. Quem não se lembra da fantástica proposta do “tax flat” de 15 % para todos sugerida pela IL.

Não menos confrangedor é o esforço que a direita fez para sacudir a água do capote na trapalhada em que a TAP se transformou, tentando fazer com que não nos lembrássemos que foi um governo de direita, em gestão, derrotado nas urnas, que ofereceu ao sr. Niellman e amigos uma empresa de bandeira e com prestígio, sem que para tal tivessem de investir um único cêntimo. Para se irem embora o governo PS ainda lhes ofereceu 55 milhões de euros. Quando a Esquerda apoiou a nacionalização e defende a sua manutenção como empresa pública, é para evitar a sua liquidação, pois bem sabemos o que aconteceu no BPN, BES, BANIF ou BPP, onde quando houve lucros estiveram na linha da frente, em bicos de pés, a reclamarem dividendos, mas após a sua gestão ruinosa, acrescida da conjuntura internacional, a empresa fica em dificuldades é vê-los a agitar o espantalho do desemprego, a porem-se ao fresco, e o Estado que resolva. Com tudo isto, os devaneios e a irresponsabilidade dos privados na banca e na TAP já custaram aos portugueses mais de 10 mil milhões de euros.

O que a Esquerda não fez com o seu apoio à decisão do governo PS, foi que este fizesse da TAP um depósito de adidos e um campo de batalha para as suas guerrinhas político-partidárias, com o dinheiro dos contribuintes a voar em chorudas indemnizações e outras irresponsabilidades.

Fruto de políticas erradas de natalidade levadas a cabo pelos sucessivos governos PS-PSD-CDS, estamos hoje a braços com um gravo défice demográfico, que nos obriga a importar mão-de-obra, não qualificada, para vários sectores. Um país que tem cerca de 2 milhões de emigrantes espalhados pelo mundo, devia corar de vergonha pela forma como recebemos e tratamos aqueles que escolhem Portugal para continuarem pobres a trabalhar, muitas vezes fugindo de situações de guerra e miséria extrema. Ainda recentemente, no monte Sabino, no Algarve, 134 seres humanos viviam num barracão sem qualquer tipo de condições de higiene e salubridade a troco de 13400 € mensais por um espaço que nem para animais seria digno. A direita e a extrema-direita apressaram-se a dizer que um contrato de trabalho seria a solução milagrosa para o problema, como se um simples papel tornasse certos e determinados patrões pessoas sérias, cumpridoras e humanas, e que combatessem as máfias instaladas. Nada dizem sobre os lucros obscenos e a exploração da miséria alheia que fazem parte do seu DNA.

Esquecem-se das centenas de milhares de portugueses que, nas décadas de 60 e 70, fugiram do país, da guerra colonial, da fome e da miséria, a salto, chegando aos países de acolhimento sem qualquer visto, contrato de trabalho, passaporte ou outro “papel”. Só queriam dignidade e trabalho justo remunerado.

Pelas razões que invocámos, queremos que fique bem claro, que da mesma forma que o PCP sempre lutou e nunca se vergou à tirania fascista, também hoje não vamos acreditar em fatalismos e retrocessos históricos, pois com o povo e os trabalhadores vamos lutar para que o 25 de Abril tenha valido a pena e o povo tem vindo a dar mostras nos últimos tempos através de grandes jornadas de luta, de manifestações e graves, em inúmeros sectores, de que está disponível e motivado para essa luta, por uma vida digna, contra os ventos populistas, xenófobos e ultraliberais que sopram da Europa.

Celebramos a presença de Lula da Silva entre nós para estas comemorações, representante da luta dos trabalhadores contra a ditadura militar brasileira, da derrota da direita populista sul-americana e da vitória da esquerda popular. Repudiamos a arrogância dos “porteiros do 25 de Abril”, aqueles que odeiam a data, adoram sim o 25 de novembro, e tudo fazem para o controlar, deturpar e denegrir. Primeiro era a corrupção, apesar de Lula ter sido considerado inocente e ilibado de todas as acusações pelo sistema judicial brasileiro, revogando a gritante parcialidade do juiz justiceiro Sérgio Moro. Agora é ter a ousadia de falar da Paz em vez de guerra e mais armas, suportando posições consistentes e factuais, bastante semelhantes, por exemplo, às do papa Francisco e do PCP.

Por mais voltas democráticas que queiramos dar às coisas, e por mais democráticos que todos queiram ser ou parecer, há uma coisa que não pode nunca ser esquecida: o 25 de Abril de 1974 foi uma revolução de Esquerda!

O 25 de Abril foi para todos, mas não é de todos. Não é de quem nunca o quis, de quem o ataca e se empenha para que Abril não se cumpra. Celebramos o fim da noite fascista, de miséria, prisões, analfabetismo, torturas, morte, colonialismo e guerra. Celebramos o SNS, a Escola Pública, o direito ao Trabalho, à Habitação, à Paz, à Protecção Social, ao Desporto, à Cultura, à Justiça.

Viva a Liberdade.

Viva o 25 de Abril.

Viva Portugal.

06 abril 2023

A heroica «Fuga de Caxias» contada na primeira pessoa

Comemorações do 49.º aniversário da Revolução do 25 de Abril

Tertúlia com Domingos Abrantes - histórico resistente antifascista, preso político, dirigente do PCP, deputado à Assembleia da República e membro do Conselho de Estado.

A célebre «Fuga de Caxias» e outras histórias da luta na clandestinidade, da resistência antifascista e da conquista da liberdade, contadas na primeira pessoa, em conversa moderada por Domingos Lobo.


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