A desflorestação registada no município desde o início da década de 90 traduz-se numa redução de cerca de 3 mil hectares das florestas e matas existentes, cerca de 75 % do total à época. As manchas de floresta protegiam as habitações, as plantações agrícolas e os pomares do vento e dos impactos nocivos das crescentes alterações climáticas. Com excepção da Mata Nacional de Escaroupim, resta a Charneca de Glória do Ribatejo como a última zona florestal de dimensões significativas existente no concelho, que se caracteriza como um território de minifúndio, de monocultura intensiva, degradação do solo e elevado risco de incêndio.
A CDU pretende elaborar um projecto de gestão e exploração desse território agroflorestal em zona de minifúndio, com base na identificação das vulnerabilidades estruturais e factores críticos de perigosidade de incêndio, de maneira a candidatá-lo a financiamento através do Fundo Ambiental, devidamente enquadrado nas OIGP (Operações Integradas de Gestão da Paisagem), que definem no espaço e no tempo as intervenções de transformação da paisagem, da reconversão de culturas e de valorização da revitalização territorial, bem como o modelo operativo, os recursos financeiros, o modelo de gestão, o programa de monitorização e a remuneração anual aos proprietários durante 20 anos.
A intenção do projecto é restaurar uma paisagem com diferentes culturas que seja possível defender dos grandes incêndios, restaurando áreas agrícolas e plantando novos olivais, áreas de vinha e de pastagens, cultura do medronho, pinheiro-bravo, pinheiro-manso, espécies autóctones (carvalho, sobreiro ou azinheira) e também o eucalipto, elemento fundamental para a componente social e económica.
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