22 outubro 2014

A luta continua: cumprir o acordo, aplicar as 35 horas

Plenário dos trabalhadores do Município de Salvaterra de Magos (foto: STAL) 
Impedir a publicação dos ACEEP (Acordo Colectivo de Entidade Empregadora Pública) constitui um «veto de gaveta», solução «autoritária e arrogante de um governo que quer impor o trabalho a preços de saldo e sem direitos».

Com a Lei n.º 68/2013, publicada a 29 de Agosto do ano passado, o Governo e a maioria parlamentar que o suporta, pretenderam impor o aumento do horário de trabalho para 40 horas semanais em toda a Administração Pública, para além de permitirem regimes de «bancos» de horas para elevar o limite até 60 horas por semana. Este seria um primeiro passo para, mais tarde, alargar também o horário normal de trabalho no sector privado, sendo que este objectivo confrontou-se com a luta dos trabalhadores e das suas organizações.
 
Enquanto decorria o processo legislativo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Autarquias Locais (STAL) apresentaram propostas de ACEEP por todo o país, com base no que ficou determinado no Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas, a Lei n.º 63/2008.
 
A 25 de Novembro de 2013, o Tribunal Constitucional, respondeu à iniciativa dos partidos da oposição: não reprovou a «Lei das 40 horas» mas considerou que este é um limite máximo, quando o Governo pretendia fazer dele um mínimo obrigatório.
 
O Governo tem desrespeitado sistematicamente o prazo legal de 15 dias para recusar ou aceitar o depósito dos acordos e proceder à sua publicação. A 10 de Fevereiro, após uma série de manifestações de protesto à porta do Ministério das Finanças, o executivo anunciou que «suspendia» a publicação porque aguardava um parecer solicitado ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República (PGR). Por iniciativa do STAL, o Tribunal Administrativo de Lisboa intimou o Governo, a 4 de Abril, a fornecer informação sobre a situação dos acordos e o teor da consulta feita junto da PGR. Em vez de responder o Governo apresentou recurso.
 
O parecer do PGR terá sido emitido em Maio. A 18 de Junho, o próprio Secretário de Estado da Administração Pública admitiu que o tinha recebido, mas negou-se a divulgar o seu conteúdo. A este autêntico boicote à contratação colectiva soma-se agora a intenção do Governo de interferir nas negociações entre sindicatos e as autarquias, procurando escudar-se atrás de um parecer do Conselho Consultivo da PGR que manteve escondido durante mais de 5 meses.
 
Portanto, não é só o Governo que se está a escudar atrás de um parecer, o Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos também o faz de forma a não aplicar as 35 horas semanais conforme o acordo que assinou com o STAL e o SINTAP (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos).

Não basta ficar bem na fotografia ao lado dos sindicatos. É preciso levar o acordo assinado no papel à prática. Nesse sentido, a CDU saúda efusivamente os trabalhadores do município de Salvaterra de Magos que, no passado dia 1 de Outubro, se reuniram em plenário aprovando uma resolução que exige a aplicação das 35 horas no município.
 
Paralelamente a isto já são 195 Câmaras Municipais (quase dois terços) no país que aplicam as 35 horas semanais. Na região de Santarém, a esmagadora maioria dos municípios pratica o horário de 35 horas semanais. A Câmara Municipal de Rio Maior, governada por uma coligação PSD-CDS, foi a última a implementar a medida. Posto isto, há de facto quem esteja a ficar isolado e sem argumentos, mas não será certamente a CDU pois até a Direita já aplica as 35 horas semanais no distrito. Será falta de coragem política e/ou questões ideológicas?
 
O vereador da CDU,
 
João Pedro Caniço
 

20 outubro 2014

Reunião de Câmara

Realiza-se na próxima quarta-feira, dia 22 de Outubro, às 14h30, uma reunião ordinária (pública) da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, no Salão Nobre dos Paços do Municipio, em Salvaterra de Magos, com a seguinte ordem de trabalhos:
 


13 outubro 2014

Moção: Contra a Municipalização da Educação


Moção: Contra a Municipalização da Educação
 
Apesar da desfaçatez dos desmentidos, o Ministério da Educação e da Ciência (MEC) pretende iniciar no corrente ano lectivo a transferência de competências da administração central para os municípios no que respeita a salários, contratação de professores e gestão da carreira docente através daquilo a que o ministro Nuno Crato apelida de um “pré-projecto piloto” a ser implementado numa dezena de municípios – Abrantes, Águeda, Cascais, Constância, Famalicão, Maia, Matosinhos, Óbidos, Oliveira de Azeméis e Oliveira do Bairro.
 
Entretanto, foi tornada pública por alguns órgãos de comunicação social a proposta de introdução do chamado “factor de eficiência” que consta de documentos oficiais enviados pelo MEC e pela Secretaria de Estado da Administração Local às autarquias onde se preveem prémios monetários para as câmaras municipais que trabalhem com menos docentes nas escolas e se reconhece aos municípios a competência de recrutamento de pessoal docente para projectos específicos de base local.
 
Ao abrigo do pomposo termo de “descentralização” o MEC pretende impor e transferir as competências do estado central para as câmaras municipais, descurando o interesse e as opiniões dos municípios que, no entanto, só admitem aceitar com o acordo da classe docente sabendo-se de antemão que a principal estrutura organizada de professores é liminarmente contra o “processo de municipalização em curso” por entender que a mesma só irá acelerar o desmantelamento das carreiras e a desvalorização material dos profissionais docentes e de investigação devidamente concretizada no famoso guião da “reforma do estado” que tem como objectivo de fundo o desmantelamento das funções sociais do Estado, onde se incluem processos de concessão e a própria privatização da educação, estradas trilhadas pelos últimos governos e que o actual prossegue com afinco.
 
A transferência de responsabilidades para o poder local irá provocar o aprofundamento da situação de precariedade na classe docente já que a contratação de professores deixará de estar a cargo do MEC e passará para o âmbito de competências das câmaras municipais.
 
Numa primeira fase os municípios podem até conseguir suportar os custos inerentes à municipalização, mas posteriormente, conhecendo-se as dificuldades que lhes são impostas em termos orçamentais pelo governo, tenderão quase inevitavelmente para entregar as responsabilidades e competências educativas a privados.
 
Face ao exposto a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos reunida a 10 de Outubro de 2014 delibera:
 
  • Promover e estimular a luta em defesa de uma Escola Pública e de qualidade para todos, conforme consubstanciado na Constituição da República Portuguesa;
      
  • Manifestar repúdio pela forma abusiva e pouco clara como todo o processo da Municipalização da Educação tem sido conduzido pelo Ministério da Educação e da Ciência;
  • Manifestar solidariedade para com professores, investigadores e alunos perante mais um fortíssimo ataque à Escola Pública;
  • Salvaguardar a defesa dos interesses do município em caso de imposição de legislação respeitante ao processo de Municipalização da Educação;
      
  • Manifestar repúdio pela forma desastrosa como se iniciou o corrente ano lectivo, nomeadamente no que concerne à colocação de professores por parte do Ministério da Educação e da Ciência, o que tem constrangido fortemente o normal e regular funcionamento das aulas nas escolas do concelho;
  • Dar conhecimento através de edital da aprovação desta deliberação e ainda dar conhecimento da mesma a todos os grupos parlamentares representados na Assembleia da República e ao Ministério da Educação e da Ciência.
 
A moção foi apresentada pelo vereador da CDU na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, João Pedro Caniço, durante a Reunião de Câmara realizada no passado dia 10 de Outubro tendo sido aprovada por unanimidade. O presidente da Câmara Municipal, Hélder Esménio, sugeriu a inclusão de um ponto a condenar o atraso na colocação de professores (penúltimo parágrafo) tendo a intenção sido aceite de pronto pelo eleito da CDU e pelos restantes vereadores do executivo.
 

Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Glória do Ribatejo e Granho (29-09-2014)

Realizou-se no passado dia 29 de Setembro de 2014 a terceira sessão ordinária do corrente ano da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Glória do Ribatejo e Granho.

No período antes da Ordem do Dia foram colocadas pelos eleitos da CDU as seguintes questões ao sr. presidente da União de Freguesias:

1. Solicitar que a proposta apresentada pela CDU relativa à Transparência na Gestão da Freguesia e aprovada por esta Assembleia seja colocada em prática, nomeadamente que os documentos estejam disponíveis para consulta no site da União de Freguesias, relembrando que a proposta foi aprovada na sessão ordinária de 30 de Junho de 2014, tendo já decorrido tempo mais do que suficiente para a aplicação prática da mesma. 

2. Questões específicas sobre o Granho:

- Há quanto tempo decorre a execução do estacionamento junto ao cemitério? Qual a razão de tanta demora?

- Qual é o ponto de situação dos arranjos urbanísticos na Rua Principal? A obra está parada? Sabendo-se que existe um protocolo assinado com a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos - aprovado em reunião extraordinária realizada a 24 de Setembro de 2014 - no valor de 3 mil euros, porque razão não veio o mesmo a esta Assembleia para aprovação?

- Que tenciona fazer o sr. presidente relativamente à lixeira que está a começar a crescer a olhos vistos no terreno situado na Rua Alves Magriço onde se pretende fazer o estaleiro?

3. Questões específicas sobre a Glória do Ribatejo:

- Saber se o sr. presidente e o restante executivo tiveram conhecimento ou se podiam ter feito algo de forma a evitar o fecho de uma sala no jardim de infância? Passou-se de cerca de 15 crianças para 4 salas, para mais ou menos 20 em apenas 3 o que, no nosso entender, representa um decréscimo de atenção e qualidade nos cuidados prestados às nossas crianças. Apurámos que a sala encerrada passou a servir ocasionalmente como ginásio.

- Está contemplado no Plano de Actividades da União de Freguesias do corrente ano um projecto para a remodelação do Hotel Jackson. Na última Assembleia Municipal foi afirmado pelo sr. presidente desse órgão autárquico que não existe qualquer projecto. Em que é que ficamos? Tem este executivo algum projecto em andamento?

- Qual a opção da União de Freguesias em termos das placas de toponímia? O executivo anterior adoptou em algumas ruas, becos e travessas placas em azulejo pintadas. Mais recentemente têm sido apenas aplicadas em mármore com letra a preto. Propomos ao actual executivo que, pelo menos, nas ruas do centro da vila aplique as referidas placas em azulejo.
Lamentamos a não aplicação da placa na Travessa Constantino Pereira Caneira, situação em que a CDU já havia alertado o anterior executivo em 2011, 2012 e 2013...

4. Aproveitamos também para informar e lamentar que a Glória do Ribatejo e o Granho estejam votadas ao abandono pela Câmara Municipal no que se refere a pavimentações e repavimentações de algumas ruas, bem como no que respeita ao saneamento básico.
Assinalamos a Rua 25 de Abril e a Rua das Fazendas no Granho que continuam por pavimentar.
Na Glória a Rua das Sesmarias, a Travessa das Cerradas e a Rua Combatentes do Ultramar encontram-se num estado perfeitamente lastimável.
No que refere ao saneamento básico a Rua do Fungal e a Rua da Fajarda continuam a longa espera. Não havendo saneamento básico, não há pavimentação o que faz com que os moradores na Rua do Fungal continuem a sofrer, acabou o pó, agora é a lama.


Sobre a questão relacionada com a Transparência na Gestão da Freguesia o sr. presidente justificou que a mesma ainda só não foi colocada em prática porque a acta da assembleia de freguesia em que foi aprovada ainda não tinha sido votada nem aprovada. Uma bela desculpa, diga-se de passagem.

Relativamente ao andamento das obras as respostas foram ambíguas e numa clara "fuga prá frente". Resume-se a um insípido "tudo se vai resolver brevemente". Estaremos cá para verificar.

O sr. presidente afirmou não ter conhecimento sobre o encerramento de uma das salas do jardim de infância.

No que concerne às pavimentações e repavimentações afirmou que na área da União de Freguesias apenas estava contemplada uma rua no orçamento da Câmara Municipal e que mesmo essa não seria no corrente ano. No entanto, comprometeu-se a solicitar junto do executivo municipal que fossem incluídas algumas pavimentações e repavimentações para o orçamento do próximo ano.


Granho, 29 de Setembro de 2014

Os eleitos da CDU na Assembleia de Freguesia,

Nuno Monteiro
Eduardo Pratas
Filipa Monteiro


08 outubro 2014

Reunião de Câmara

Realiza-se na próxima sexta-feira, dia 10 de Outubro, às 14h30, uma reunião ordinária (pública) da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, no Salão Nobre dos Paços do Municipio, em Salvaterra de Magos, com a seguinte ordem de trabalhos: