Realiza-se na próxima quarta-feira, dia 3 de Dezembro, às 14h30, uma reunião ordinária (pública) da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, no Salão Nobre dos Paços do Municipio, em Salvaterra de Magos, com a seguinte ordem de trabalhos:
30 novembro 2014
24 novembro 2014
Entrevista do vereador da CDU na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos ao Expresso da Lezíria
Expresso da Lezíria (EL) – Qual o balanço que a CDU faz sobre a actuação do primeiro ano de mandato dos órgãos eleitos no Município de Salvaterra de Magos?
João Pedro Caniço (JPC) – Sabemos que um mandato autárquico é de quatro anos e poderá ser algo prematuro fazer um balanço decorrido apenas um ano de exercício do mesmo. No entanto e apesar das condicionantes a nível financeiro impostas pelo governo, pensamos que as expectativas têm sido defraudadas em muitos aspectos. As promessas e compromissos apresentados no programa eleitoral do PS não têm sido, nem de perto nem de longe, cumpridas. Basicamente, o actual executivo tem-se limitado a uma gestão corrente dos recursos da autarquia no âmbito dos direitos e dos deveres estabelecidos pela Constituição da República e pela legislação aplicável aos municípios. Não há um modelo de desenvolvimento estratégico definido. Não há um plano de apoio sustentado às micro e pequenas empresas de forma a poderem crescer, captarem novos investimentos e criarem mais empregos. Não existe qualquer plano para a zona industrial de Muge. Os apoios e subsídios concedidos ao sector educativo e às associações culturais e desportivas têm ocorrido praticamente nos mesmos moldes e quantias àquele que acontecia anteriormente pelo anterior executivo, não havendo qualquer inovação e evolução, pelo menos até ao Regulamento de Apoio ao Movimento Associativo entrar em vigor.
A Acção Social tem sido encarada como uma despesa e não como um auxílio necessário aos mais frágeis e desprotegidos, especialmente em tempos de crise. Quanto à Cultura entendemos que as Comemorações dos 40 anos do 25 de Abril foram, muito provavelmente, a iniciativa com maior visibilidade e adesão popular neste primeiro ano de mandato. No entanto, somos da opinião que se pode e deve fazer mais neste pelouro, que engloba também a Educação, por exemplo implementar um programa contra o Analfabetismo, um dos maiores flagelos herdados do tempo do fascismo. No âmbito das Infra-estruturas e das Vias de Comunicação cremos que o executivo se prepara para empurrar para os dois últimos anos de mandato as principais obras, conforme aquilo que nos foi apresentado no Plano Plurianual de Investimentos, numa clara manobra eleitoralista e populista. A teimosia do presidente da CMSM em avançar com a requalificação do antigo Mercado Diário de Marinhais sem a garantia de financiamento comunitário – que, muito provavelmente, não virá – e com a intenção de o transformar em Mercado da Cultura sem ouvir a população, colocou-nos desde logo muitas dúvidas, nomeadamente ao encerrar de vez um espaço com dezenas de anos numa terra essencialmente agrícola quando existiam, na nossa opinião, outras opções na freguesia para construir esse novo espaço, sem esquecer a dualidade de critérios para com o Mercado Diário de Salvaterra de Magos que tem sido, e bem, apoiado com várias iniciativas pelo actual executivo.
EL – Ainda em termos de balanço, qual a sua opinião sobre a execução orçamental de 2014, uma vez que nos estamos a aproximar do final do ano?
JPC – As informações que nos têm sido transmitidas pelo presidente da Câmara Municipal e pelo técnico responsável pela Divisão Financeira apontam para uma execução orçamental no ano de 2014 positiva e acima dos valores exigidos pelo governo. No entanto, sem dados concretos e definitivos que só surgirão talvez por volta do final do primeiro trimestre do próximo ano é difícil tomar uma posição rigorosa e factual, embora estejamos relativamente tranquilos neste aspecto, sabendo-se igualmente que a dívida da autarquia é sustentável e uma das mais baixas dos municípios do distrito.
EL – Enquanto Vereador do Município de Salvaterra, julga existir preocupação no que toca à organização de conteúdos culturais direccionados para a juventude?
JPC – Com a extinção da JuveMagos, ainda no anterior executivo, terminou aquele que era o grande programa cultural destinado à juventude do concelho. Infelizmente, o actual executivo aparenta não ter ideias tendo em vista a promoção de iniciativas direccionadas para os jovens, ficando apenas e só à espera que as associações apresentem conteúdos culturais. Relembro que a CDU propôs na campanha eleitoral há pouco mais de um ano a transformação da JuveMagos num festival de Verão. Propusemos ainda a realização dos Jogos do Futuro, destinados a promover a prática desportiva aos jovens do concelho em idade escolar e a criação da Casa Municipal da Juventude, um local onde os jovens pudessem partilhar experiências e conhecimentos sobre temas tão variados como Literatura, Poesia, Teatro, Cinema ou Música. São apenas três exemplos que acreditamos com um pouco de boa vontade e algum investimento realista eram perfeitamente exequíveis.
EL – Dado que o desemprego é um problema de difícil resolução, quer em termos nacionais, quer concelhios, qual a sua opinião sobre o papel do município no incentivo à fixação de grupos empresariais que ajudem a colmatar esta preocupante questão?
JPC – Com os constrangimentos orçamentais que são impostos às autarquias pelo estado central torna-se cada vez mais difícil criar condições de fixação a empresas. Para além disso, é certo e sabido que sem poder de compra não há consumo. E com os sucessivos governos PS-PSD-CDS e a sua política obsessiva de cortes nos rendimentos dos trabalhadores tal situação tem-se agravado. Como também se sabe que cerca de 90 % das empresas portuguesas trabalha única e exclusivamente para o mercado interno, ou seja, não exporta e que é equivalente a mais ou menos 75 % do PIB. Logo, se o consumidor não pode comprar é tremendamente difícil criarem-se novas empresas ou novos postos de trabalho pois estas não têm a quem vender os seus produtos. E isto é naturalmente válido para todo e qualquer executivo municipal, seja ele de que cor for. No entanto, a CDU crê que é possível ao município desenvolver um gabinete de apoio empresarial, colocar a preços simbólicos os terrenos municipais à disposição de potenciais investidores, dar prioridade às empresas sediadas no concelho como fornecedores municipais e criar núcleos de incubação de micro e pequenas empresas em imóveis municipais. Medidas relativamente simples de implementar e que podem vir a melhorar um pouco a actividade económica no concelho.
EL – Os munícipes queixam-se da falta de cuidados médicos. É a saúde uma área vulnerável no concelho?
JPC – O Serviço Nacional de Saúde universal e tendencialmente gratuito é uma das grandes conquistas do 25 de Abril e tem vindo aos poucos a ser desmantelado pelos sucessivos governos PS-PSD-CDS. A atribuição da gestão de hospitais públicos a privados, o brutal aumento nas taxas moderadoras ou os fortíssimos cortes nos orçamentos do Ministério da Saúde comprovam-no. O encerramento dos centros de saúde de Muge e Granho no tempo do governo Sócrates é o exemplo local disso mesmo. A falta de médicos é uma das maiores preocupações dos munícipes. A CDU propôs e continua a propor a contratação de médicos, através das IPSS e apoiadas pela CMSM, de forma a reduzir as carências que ainda não foram colmatadas com a vinda de médicos cubanos.
EL – Qual a sua posição relativamente à fraturante questão das 40 horas semanais para os funcionários do município?
JPC – É uma questão fracturante a nível ideológico e de falta de coragem política por parte do presidente da CMSM. Por inúmeras vezes a CDU tem-se manifestado nas sessões de câmara ao lado dos trabalhadores do município nessa luta que entendemos como justa. É inconcebível que o acordo assinado de livre vontade pelo presidente da autarquia com os sindicatos não saia do papel, ao contrário do que acontece na prática com cerca de dois terços dos municípios do país. É inaceitável que o presidente da CMSM se continue a escudar atrás de um parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República e que o governo guardou na gaveta durante meses, quando tinha prazo legal de 15 dias para publicar ou recusar os acordos. O acórdão do Tribunal Constitucional é claro e prevê a celebração de novos contratos colectivos de trabalho com entidades empregadoras públicas. Os trabalhadores do município de Salvaterra de Magos têm trabalhado 5 horas semanais gratuitamente desde Julho, altura em que o acordo das 35 horas foi assinado. Se alegarem juridicamente o pagamento dessas horas e lhes for concedida razão como vai o presidente da CMSM resolver a questão?
EL – Finalmente, como interpreta o facto de o PS ter convidado recentemente o vereador eleito pelo PSD para tomar conta do pelouro Empreendedorismo e Desenvolvimento Económico?
JPC – Não nos surpreendeu. Era algo de que já estávamos à espera. Não somos ingénuos. Quando o vereador eleito pela coligação PSD-CDS se tornou cada vez mais crítico do executivo do PS, nomeadamente na questão dos impostos municipais e votou ao lado da CDU e do BE na questão do protocolo com o Grupo Desportivo de Marinhais percebemos que era uma forma de colocar pressão sobre o presidente da CMSM. Portanto, quando este nos acusa a nós e ao BE de termos radicalizado posições é uma completa falácia. – E, um pequeno à parte, radicalizar posições é, por exemplo, chumbar um orçamento. Nós não o fizemos, abstivemo-nos, tal como o BE. – Logo, foi o vereador do PSD-CDS que se juntou, nos pontos atrás descritos, à oposição de Esquerda. É essa a leitura correcta a fazer. A atribuição do pelouro do Desenvolvimento Económico e do Empreendedorismo é assim o assumir de uma coligação ou maioria de Direita, uma consequência lógica de todo este esquema, bem engendrado diga-se de passagem, pelo vereador do PSD-CDS que, recolhe assim frutos pessoais das opções de confrontação tomadas e toma para si um chavão que a direita ultraliberal adora utilizar como panaceia: o empreendedorismo.
Quanto ao presidente da CMSM sai fragilizado em vários aspectos. Desdiz aquilo que disse no início do mandato sobre o facto de não precisar de atribuir pelouros aos vereadores da oposição. Criticou e atacou violentamente o vereador do PSD-CDS há pouco mais de um mês numa sessão de câmara e agora atribui-lhe um pelouro que esteve praticamente esquecido durante este primeiro ano de mandato. Mas nós temos memória e não nos esquecemos que o presidente de câmara actual é o mesmo que enquanto vereador da oposição desfilava e exibia estudos económicos e de emprego e ranking's municipais, sempre e invariavelmente de forma a enfatizar os aspectos menos positivos do concelho.
20 novembro 2014
14 novembro 2014
Sobre a Coligação de Direita no Executivo da Câmara Municipal
Comunicado
A atribuição do pelouro do Desenvolvimento Económico e do Empreendedorismo ao vereador eleito pela coligação PSD-CDS apenas nos surpreendeu por ter ocorrido cerca de um ano após o início do mandato.
O presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos (CMSM), eleito nas listas do PS, nunca escondeu as suas opções político-ideológicas reformistas e conservadoras. Sabendo-se que a discussão de matérias importantes para os destinos do concelho como foram os Impostos Municipais ou o Orçamento provocaram debates intensos - situação perfeitamente normal numa democracia representativa - aproveitou para consumar uma coligação de direita no executivo camarário, apostando numa estratégia de vitimização ao atribuir as responsabilidades da opção tomada à CDU e ao BE que, no seu entender, tinham “radicalizado posições”. Pois bem, radicalizar posições é, por exemplo, chumbar um Orçamento. Nós não o fizemos. Viabilizámos o Orçamento para 2015, abstendo-nos, tendo inclusivamente apresentado propostas que não foram ouvidas.
Por outro lado tivemos o vereador eleito pela coligação PSD-CDS que, ao longo dos últimos meses, se tornou cada vez mais crítico do executivo PS, nomeadamente na questão dos Impostos Municipais e do protocolo com o Grupo Desportivo de Marinhais. Não foi difícil de perceber que estávamos perante um colocar de pressão sobre o presidente da CMSM, em particular quando o mesmo vereador afirmou que “os eleitores de Salvaterra de Magos votaram maioritariamente nos partidos da oposição”. O desenlace é o assumir de uma coligação ou maioria de Direita, consequência lógica de uma táctica bem engendrada pelo vereador do PSD-CDS que recolhe assim frutos pessoais das opções de confrontação tomadas e toma para si um chavão que a direita ultraliberal adora utilizar como panaceia para todos os males relacionados com a economia e o emprego: o empreendedorismo.
Quanto ao presidente da CMSM sai fragilizado em vários aspectos. Desdiz aquilo que disse no início do mandato sobre o facto de não precisar de atribuir pelouros aos vereadores da oposição. Criticou e atacou violentamente o vereador do PSD-CDS há pouco mais de um mês numa sessão de câmara (ver página 9 da acta de 24/09/2014 no site da CMSM) e agora atribui-lhe um pelouro que esteve praticamente esquecido durante este primeiro ano de mandato. Mas nós temos memória e não nos esquecemos que o presidente de câmara actual é o mesmo que enquanto vereador da oposição desfilava e exibia estudos económicos e de emprego e ranking's municipais, sempre e invariavelmente de forma a enfatizar os aspectos menos positivos do concelho. Pelos vistos, reconheceu a sua falta de competência para os tentar resolver.
Salvaterra de Magos, 14 de Novembro de 2014
O vereador,
João Pedro Caniço
08 novembro 2014
O dono da democracia
O debate da passada quarta-feira da reunião de câmara do Município de Salvaterra de Magos foi, muito provavelmente, o mais intenso e com maior confrontação e crispação político-partidária do actual mandato, situação perfeitamente normal numa democracia representativa. Foi também igualmente esclarecedor no que se refere aos principais assuntos em discussão e que terão naturalmente eco através dos órgãos de comunicação social local e regional que acompanharam a sessão.
De saudar o elevado número de munícipes que assistiram à reunião enchendo praticamente por completo o Salão Nobre dos Paços do Município, demonstrando uma maturidade democrática assinalável ao não se manifestarem em qualquer momento da discussão.
Infelizmente, há uma excepção à regra. Recorrente e sistemática. Tem-se agudizado nos últimos tempos e durante a reunião de ontem bateu todos os recordes. O munícipe vociferou, ameaçou, grunhiu, balbuciou, intimidou,..., durante a parte da reunião em que eu e o vereador Luís Gomes intervimos, num desrespeito inaceitável pelas regras democráticas e pela legislação que as regulamenta e que transcrevo de seguida:
Lei n.º 75/2013 de 12 de Setembro
Estabelece o regime jurídico das autarquias locais
Capítulo IV
Disposições comuns aos órgãos das autarquias locais
Artigo 49.º
Sessões e reuniões
4 — A nenhum cidadão é permitido intrometer-se nas discussões, aplaudir ou reprovar as opiniões emitidas, as votações feitas ou as deliberações tomadas.
5 — A violação do disposto no número anterior é punida com coima de € 150 a € 750, para cuja aplicação é competente o juiz da comarca, após participação do presidente do respectivo órgão.
O munícipe em questão pensa que é o dono da democracia no concelho de Salvaterra de Magos. Tem uma tremenda ânsia de protagonismo. Provavelmente, esquece-se que já não é deputado da nação, já não é adjunto da governadora-civil de Santarém, já não é vereador em Salvaterra de Magos. Enquanto cidadão e munícipe, tem exactamente os mesmos direitos e deveres que qualquer outra pessoa quando assiste a uma reunião de câmara.
No período de intervenção aberto ao público o munícipe pediu a palavra para intervir mas não solicitou qualquer pedido de informação e esclarecimento ao executivo conforme estabelece o Regimento do Funcionamento das Reuniões da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos onde se pode ler no seu artigo 13º:
1 – O período de intervenção do público terá a duração máxima de 30 minutos, e servirá para os cidadãos solicitarem pedidos de informação e esclarecimentos.
O munícipe limitou-se a atacar de uma forma que classifico como inqualificável a minha pessoa e o vereador Luís Gomes, assim como as forças políticas que representamos, PCP-PEV e BE respectivamente. Ouvi e encaixei em silêncio, sem interromper. Quando o presidente da câmara me deu a palavra para usar do direito de resposta fui sistematicamente interrompido pelo munícipe em questão em mais uma tremenda falta de educação e de respeito para com o órgão autárquico do qual faço parte.
A situação chegou a um limite. É intolerável. Não pode voltar a acontecer. O presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos tem obrigatoriamente, através da responsabilidade de dirigir as sessões de câmara, de colocar um ponto final nestes abusos. E é nesse sentido que a divulgo publicamente.
O munícipe Nuno Antão sofre de um tremendo défice democrático. Não respeita o regular funcionamento de um órgão autárquico democraticamente eleito. Não respeita os vereadores da oposição. Não tolera a crítica. Comporta-se como um arruaceiro perante a passividade e a conivência de quem dirige a reunião. Pensa que nos intimida com a sua arrogância e falta de educação cívica. Concluindo, não respeita a democracia e nos seus sonhos mais utópicos certamente imaginaria um concelho de Salvaterra de Magos pintado única e exclusivamente a rosa. Sem oposição, nomeadamente a de esquerda. Continue a sonhar.
De saudar o elevado número de munícipes que assistiram à reunião enchendo praticamente por completo o Salão Nobre dos Paços do Município, demonstrando uma maturidade democrática assinalável ao não se manifestarem em qualquer momento da discussão.
Infelizmente, há uma excepção à regra. Recorrente e sistemática. Tem-se agudizado nos últimos tempos e durante a reunião de ontem bateu todos os recordes. O munícipe vociferou, ameaçou, grunhiu, balbuciou, intimidou,..., durante a parte da reunião em que eu e o vereador Luís Gomes intervimos, num desrespeito inaceitável pelas regras democráticas e pela legislação que as regulamenta e que transcrevo de seguida:
Lei n.º 75/2013 de 12 de Setembro
Estabelece o regime jurídico das autarquias locais
Capítulo IV
Disposições comuns aos órgãos das autarquias locais
Artigo 49.º
Sessões e reuniões
4 — A nenhum cidadão é permitido intrometer-se nas discussões, aplaudir ou reprovar as opiniões emitidas, as votações feitas ou as deliberações tomadas.
5 — A violação do disposto no número anterior é punida com coima de € 150 a € 750, para cuja aplicação é competente o juiz da comarca, após participação do presidente do respectivo órgão.
O munícipe em questão pensa que é o dono da democracia no concelho de Salvaterra de Magos. Tem uma tremenda ânsia de protagonismo. Provavelmente, esquece-se que já não é deputado da nação, já não é adjunto da governadora-civil de Santarém, já não é vereador em Salvaterra de Magos. Enquanto cidadão e munícipe, tem exactamente os mesmos direitos e deveres que qualquer outra pessoa quando assiste a uma reunião de câmara.
No período de intervenção aberto ao público o munícipe pediu a palavra para intervir mas não solicitou qualquer pedido de informação e esclarecimento ao executivo conforme estabelece o Regimento do Funcionamento das Reuniões da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos onde se pode ler no seu artigo 13º:
1 – O período de intervenção do público terá a duração máxima de 30 minutos, e servirá para os cidadãos solicitarem pedidos de informação e esclarecimentos.
O munícipe limitou-se a atacar de uma forma que classifico como inqualificável a minha pessoa e o vereador Luís Gomes, assim como as forças políticas que representamos, PCP-PEV e BE respectivamente. Ouvi e encaixei em silêncio, sem interromper. Quando o presidente da câmara me deu a palavra para usar do direito de resposta fui sistematicamente interrompido pelo munícipe em questão em mais uma tremenda falta de educação e de respeito para com o órgão autárquico do qual faço parte.
A situação chegou a um limite. É intolerável. Não pode voltar a acontecer. O presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos tem obrigatoriamente, através da responsabilidade de dirigir as sessões de câmara, de colocar um ponto final nestes abusos. E é nesse sentido que a divulgo publicamente.
O munícipe Nuno Antão sofre de um tremendo défice democrático. Não respeita o regular funcionamento de um órgão autárquico democraticamente eleito. Não respeita os vereadores da oposição. Não tolera a crítica. Comporta-se como um arruaceiro perante a passividade e a conivência de quem dirige a reunião. Pensa que nos intimida com a sua arrogância e falta de educação cívica. Concluindo, não respeita a democracia e nos seus sonhos mais utópicos certamente imaginaria um concelho de Salvaterra de Magos pintado única e exclusivamente a rosa. Sem oposição, nomeadamente a de esquerda. Continue a sonhar.
O vereador da CDU,
João Pedro Caniço
02 novembro 2014
Declaração de Voto: Orçamento 2015
Declaração de Voto
[ponto 1 - Orçamento e Grandes Opções do Plano (Plano Plurianual de Investimentos e Actividades Mais Relevantes) para o ano 2015 - da Ordem de Trabalhos da reunião (extraordinária) da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos de 29 de Outubro de 2014]
O Orçamento para 2015 do Município de Salvaterra de Magos é na generalidade um documento de continuidade em relação ao ano anterior. A diminuição de cerca de 2 milhões de euros na previsão das receitas e das despesas para o próximo ano económico explica-se essencialmente pela transferência de um valor idêntico no corrente ano - através dos fundos comunitários do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) - para o pagamento do Centro Escolar de Marinhais recentemente inaugurado.
Apesar da obrigatoriedade imposta pelo Governo de adesão ao Fundo de Apoio Municipal (FAM) - cerca de 80 mil euros em 2015 - verifica-se que as transferências correntes provenientes do Estado mantém-se estáveis relativamente ao ano económico de 2014.
A propaganda da maioria relativa do PS relativamente à diminuição de impostos no concelho tende para a falácia. Na previsão para o Orçamento de 2014 apontava um valor absoluto do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a arrecadar pelo município de 1.355.355 €. No documento hoje em análise e que serve de previsão para o Orçamento de 2015 indica que a estimativa de IMI a receber pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos (CMSM) no corrente ano seja de 1.651.445 €, ou seja, cerca de 300 mil euros a mais do que era previsto há um ano atrás. Para o Orçamento de 2015 o valor absoluto previsto de IMI a receber é de 1.595.336 €. Sabendo-se que, no âmbito da Lei das Finanças Locais, o Governo irá acabar com as cláusulas de suspensão que impedem que o aumento da receita fiscal arrecada pelo Estado se reflicta nas transferências para os municípios e tendo como linha de orientação a discrepância de valores previstos, estimados e atingidos em 2014, é mais do que expectável que o valor absoluto de IMI a arrecadar pela CMSM tenda para os 2 milhões de euros. Posto isto, é fácil de concluir que quando o senhor presidente da CMSM afirma que voltou a baixar os impostos no município está apenas e somente a referir-se à taxa da Derrama para as micro e pequenas com volumes de negócio até aos 150 mil euros e que essa baixa de receitas no orçamento municipal, conforme o próprio admitiu, se irá repercutir num valor a rondar os 10 mil euros. Valor irrisório e que será exponencialmente compensado pelo enorme aumento de receitas obtidas com o IMI. É certo e sabido que a taxa de IMI se mantém relativamente a 2014, mas interessam acima de tudo os valores absolutos e é aí que se centram certamente as preocupações de muitos municípes que irão sofrer com o aumento do IMI, apesar de toda a propaganda e meias verdades do executivo do PS.
Registamos com desagrado a redução do valor consignado para a Acção Social. Numa altura em que mantém e que, até em muitos casos, se agrava a crise económica e social, consideramos que se trata de uma gritante falta de sensibilidade social transmitida pelo executivo socialista. No mesmo sentido consideramos que a verba atribuída para a Saúde é irrisória atendendo à falta de médicos que continua a assolar o concelho. A proposta que a CDU apresentou no decorrer da última campanha eleitoral no que concerne à contratação de médicos continua a ser válida e é com enorme pena e frustração que verificamos que o executivo do PS teima em se recusar a aplicá-la.
Quanto aos investimentos a efectuar saudamos a intenção do executivo do PS em apoiar a construção de um campo relvado de futebol sintético em Salvaterra de Magos, embora tenhamos dúvidas que o valor estimado a disponibilizar para a obra - 250 mil euros - seja o suficiente. Estamos na generalidade de acordo com as opções tomadas no que confere à pavimentação e repavimentação de estradas previstas para o próximo ano, percebendo que os constrangimentos orçamentais não permitam chegar de imediato a todo o lado conforme seria o desejo de todos os autarcas.
Na análise ao Plano Plurianual de Investimentos não é difícil de concluir que o executivo do PS se prepara para empurrar para 2016 e 2017 as principais obras que quer levar a cabo durante o mandato 2013-17 numa clara manobra eleitoralista e populista que se torna fulcral desmascarar em tempo oportuno.
Apesar das divergências apontadas entendemos que não devemos inviabilizar o orçamento proposto. Sendo assim, o nosso voto é a abstenção.
Salvaterra de Magos, 29 de Outubro de 2014
O vereador,
João Pedro Caniço
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